sexta-feira, 27 de julho de 2012

Meu bem, meu amor?

Hoje, dei por mim a tentar descobrir o que leva as pessoas, em geral e, sem ofensas implícitas, a tratarem um amigo, um familiar ou até, porventura, um mero cliente assíduo por "meu bem" e "meu amor". A nível da amizade, compreendo a situação, assim como a acho razoável no que diz respeito à família, mas, porém - e digam-me, por favor, se estiver errada -qual é a razão que leva as pessoas a tratarem um cliente desse jeito tão informal? Pensei, pensei... E pensei um pouco mais. E foi aí, sim, que tirei a seguinte ilação, um tudo-nada estúpida, apesar de não ser muito possível tirar ilações relativas à estupidez que, por aqui, vai sendo lida: denota-se uma necessidade - uma extrema necessidade - de ser bem visto pela sociedade, ou melhor, pela clientela comum, desculpando a expressão coloquial. "Com certeza, meu amor", "Experimente à vontade, minha querida", "Sirva-se, por favor, meu bem". Não acham? Eu acho. Acho mesmo. Acho que, sinceramente, não precisamos de ser todos "amores" e "bens" para sermos, de facto, tratados com dignidade.